Na sua primeira reunião pública sobre “objetos voadores não identificados” (ÓVNIs), a NASA solicitou uma abordagem científica mais rigorosa para elucidar a origem de centenas de avistamentos misteriosos. Em 31 de maio, os cientistas destacaram a necessidade de análise cuidadosa desses fenômenos, que têm fascinado o público por um longo tempo, apesar de terem sido rejeitados pela ciência convencional. Uma equipe independente de 16 cientistas está atualmente conduzindo um estudo sobre o assunto e pretende apresentar suas conclusões em um relatório no final de julho. A reunião desta quarta-feira serviu como um fórum para as discussões finais desses especialistas.
O astrofísico David Spergel, presidente do estudo, transmitiu ao vivo declarações afirmando que os dados atuais e os relatórios de testemunhas não são suficientes para fornecer provas conclusivas. Ele ressaltou a importância de obter mais dados de alta qualidade, medições precisas com instrumentos calibrados, múltiplas observações e uma preservação adequada desses dados. Durante os últimos 27 anos, mais de 800 eventos foram analisados, dos quais entre 2% e 5% são considerados possivelmente anômalos, conforme explicado pela jornalista científica Nadia Drake, participante do estudo. Esses eventos são descritos como “qualquer coisa que não seja facilmente compreensível pelo operador ou pelo sensor” ou “que esteja realizando algo estranho”. Um exemplo desses fenômenos inexplicáveis foi descrito por Sean Kirkpatrick, diretor do Escritório de Resolução de Anomalias em Todos os Domínios do Pentágono, que mostrou um vídeo de um globo metálico voador avistado por um drone MQ-9 em um local não revelado do Oriente Médio durante uma audiência no Congresso dos EUA no mês passado. Kirkpatrick afirmou que esse é um exemplo típico do tipo de avistamento frequente, observado em todo o mundo e realizando manobras aparentemente interessantes.
Enquanto a NASA envia sondas e exploradores para rastrear o sistema solar em busca de fósseis microbianos antigos, e seus astrônomos procuram sinais de civilizações inteligentes em planetas distantes, esta é a primeira vez que a agência investiga fenômenos inexplicáveis nos céus da Terra. No passado, a postura da NASA em relação a esses avistamentos era de “desacreditá-los”, o que reforçava o estigma em torno da busca por vida extraterrestre. O trabalho da NASA é baseado em materiais não classificados e é independente da investigação em andamento pelo Pentágono, embora haja coordenação entre as duas instituições em relação à aplicação de ferramentas e métodos científicos. Como resumiu a jornalista Nadia Drake, até o momento, não há evidências conclusivas na literatura científica revisada por pares que sugiram uma origem extraterrestre para os objetos voadores não identificados.
