Hepatite aguda em crianças não tem relação com vacinas contra covid

Nas últimas semanas, centenas de casos de hepatite aguda grave de origem desconhecida foram reportados em crianças em ao menos 20 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão investiga uma possível relação da infecção com um tipo de adenovírus, mas descarta a associação da doença com a vacina contra Covid-19.

Mais de 200 casos foram relatados no mundo, a grande maioria em países europeus, e outros 50 casos estão sob investigação, informou nesta semana o porta-voz da OMS Tarik Jasarevic.

Até o dia 29 de abril, foram notificados casos no Reino Unido e Irlanda do Norte (163), Espanha (13), Israel (12), Estados Unidos (9), Dinamarca (6), Irlanda (< 5), Holanda (4), Itália (4), Noruega (2), França (2), Romênia (1) e Bélgica (1) – a maioria em crianças de um mês a 16 anos, com uma morte relatada. Dezessete crianças (aproximadamente 10%) necessitaram de transplante de fígado.

Mais recentemente, o governo da Argentina confirmou o primeiro caso da hepatite grave de origem desconhecida em uma criança de oito anos, da cidade de Rosário, na província de Santa Fé. No Brasil, o Ministério da Saúde está investigando ao menos sete casos, ainda sem confirmação.

Sem relação com as vacinas

A Agência Nacional de Saúde do Reino Unido (UKHSA na sigla em inglês), que notificou os primeiros casos da doença, informou que dos 163 casos identificados até o dia 3 de maio, a maioria de menores de cinco anos, 91 tiveram adenovírus detectado (72%) e 11 tiveram que fazer transplante de fígado. Mas nenhuma morte foi confirmada. 

Apesar de algumas vacinas contra a Covid-19 serem de vetores virais, com a utilização de adenovírus inativados, a OMS e a UKHSA descartaram qualquer relação da doença com a imunização contra Covid-19. Vale ressaltar que a CoronaVac, vacina do Butantan e da Sinovac, usa vírus inativado sem adenovírus em sua composição. 

“Com base nas informações atuais, a maioria das crianças relatadas com a hepatite aguda não recebeu a vacina contra Covid-19, descartando uma ligação entre os casos e a vacinação neste momento. Em alguns relatos, foi detectada a presença do vírus SARS-CoV-2, e esta é uma das linhas de investigação junto com outras, como o adenovírus”, descreveu a OMS em comunicado sobre o assunto.

“Não há evidências de qualquer ligação com a vacina contra o coronavírus. A maioria dos casos são de crianças que têm menos de 5 anos e são jovens demais para receber a vacina”, informou a agência britânica. O SARS-CoV-2 foi detectado em 24 do total de casos relatados no Reino Unido.

Em comunicado, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), braço da OMS na Américas e Caribe, afirmou que ainda há poucos dados para definir se há um surto, e por enquanto o risco global é considerado baixo. “Como ainda não há certeza sobre a origem da doença, é possível que estejamos tomando conhecimento de uma situação que existia antes, mas que passou despercebida porque havia poucos casos”, aponta a nota.

 

 

fonte: Gazeta de Rio Preto

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