Educação

Rede municipal de ensino tem 168 alunos de famílias imigrantes

Mais de um terço das 145 escolas municipais têm estudantes estrangeiros ou de pais imigrantes

O Brasil é um país de imigrantes e a educação municipal de Rio Preto reflete esta característica: as escolas da rede têm alunos de famílias provenientes de 17 países, localizados em quatro continentes. São 168 estudantes, matriculados em 53 unidades de ensino, o que representa mais de um terço das 145 escolas municipais. A maior parte é nascida no exterior, mas há também crianças nascidas no Brasil, filhas de imigrantes que chegaram há pouco tempo no país.

Atualmente, o país estrangeiro que mais têm matriculados na rede municipal é a Bolívia, com 50 estudantes. Em seguida vêm Venezuela, com 47, e Haiti, com 34. Completam a lista: Angola (1), Argentina (1), Bélgica (1), Colômbia (10), Cuba (4), Equador (1), Espanha (2), Estados Unidos (2), Japão (7), México (1), Nicarágua (1), Peru (4), Portugal (1) e Síria (1).

A maior parte destes alunos (88) está no primeiro ciclo do Ensino Fundamental, que vai do 1° ao 5° ano. A Educação Infantil, que atende crianças de até 5 anos, tem 69 matriculados. A rede tem ainda oito estudantes entre o 6° e o 9° ano e outros três na Educação de Jovens e Adultos.

Muitas destas famílias têm em comum a busca por uma vida melhor em terras estrangeiras, algumas inclusive na condição de refugiados. Um exemplo é a família Nencka, que há cerca de dois anos deixou a Venezuela para entrar no Brasil, vivendo desde março de 2021 em Rio Preto, onde já tinham familiares. O pai, José Ramón, trabalha em uma empresa que presta serviços para os Correios e a mãe, Jocellis, cuida das três crianças, duas delas matriculadas na escola municipal Silvia Covas, no Jardim Simões. O mais velho, Oriah, de 4 anos, nasceu ainda na Venezuela. Allan, 2 anos, é natural de Boa Vista (RR), onde a família ficou um tempo antes de se estabelecer em Dourados (MS). Lá nasceu Liam, 6 meses, que ainda não foi matriculado.

Carlos, Elisbeth e Escarly Herrera também deixaram a Venezuela há dois anos e meio e chegaram em Rio Preto pela influência de Edwin, irmão de Elisbeth. Escarly tem 4 anos de idade e é aluna da escola Adelaide Kahuam Medina, no bairro Aroeira 2. “Nós trabalhávamos lá, mas o salário de apenas 2 dólares por mês mal dava para comprar comida. Não havia transporte público e íamos a pé para o trabalho, que ficava longe”, conta Elisbeth. Aqui, Carlos trabalha com gesso residencial. Elisbeth não está trabalhando no momento, mas até janeiro deste ano atendia em uma padaria.

Edwin e sua esposa Elsy  já vivem no Brasil há quatro anos, com os filhos Samuel (20 anos), Ísmael (17) e Elias Josue (11), este último aluno da escola municipal Oldemar Stobbe, no Residencial Gabriela. Elisbeth e Edwin ajudaram ainda outro irmão, Endry, a se mudar da Venezuela para Rio Preto há dois anos. Ele e a esposa Maykelis têm dois filhos: Luis Mario, 15 anos, e Yendry, de 6 anos, também aluno da escola Adelaide Kahuam Medina.

A escola Silvia Covas tem mais alunos de famílias imigrantes. As professoras Letícia Silva dos Santos e Rosângela das Graças Cézar Delatin atendem em sua turma de berçário as crianças Bernado e Maëva, que são primos, de uma família vinda do Haiti há cerca de 3 anos.

“Fazemos um acolhimento mais cuidadoso dessas famílias, especialmente durante a pandemia. Como as aulas não são presenciais neste momento, convidamos a família para conhecer a escola, os espaços e as pessoas e, a partir do contato constante, avaliamos as melhores formas de fazer a comunicação”, conta Letícia.

A diretora da unidade Patricia Figueira afirma que este atendimento presencial, realizado pontualmente e respeitando todos os protocolos de distanciamento vigentes, é um dos pilares para construir vínculos com as famílias de imigrantes.

“Nesta etapa, a família e a escola trabalham em conjunto para o desenvolvimento integral da criança, então o fortalecimento desse vínculo é fundamental para atingirmos este objetivo”, diz Patrícia. Neste processo, também é realizada a escuta ativa e a mobilização de outros setores do poder público e da sociedade civil, para dar suporte a essas famílias. “Nós dialogamos e acompanhamos para entender quais as dificuldades dessas pessoas e como elas têm se organizado e, sempre que preciso, acionamos a rede intersetorial, que tem funcionado de forma muito eficaz”, complementa a diretora.

A rede intersetorial é fortalecida pelas atividades do Grupo Gestor Intersetorial (GGI), formado por representantes de diversos setores da administração municipal, com a finalidade de auxiliar o Executivo na articulação de políticas públicas com base em cada uma das dez macrorregiões de Rio Preto. Cada região tem ainda seu grupo de trabalho, com representantes do poder público e da sociedade civil, para levantar as potencialidades e fragilidades de cada setor e orientar as ações do município.

Por meio da rede intersetorial, as famílias de imigrantes podem ter acesso a serviços do poder público, como os prestados pela Assistência Social, bem como a iniciativas da sociedade civil, a exemplo da Rede Refúgio, referência no atendimento a estrangeiros e refugiados em Rio Preto. Entre as atividades realizadas pela Rede Refúgio estão aulas de português como língua de acolhimento, apoio e orientação jurídica, psicológica e de saúde familiar e realização de cursos profissionalizantes em parceria com órgãos competentes.
Fonte https://www.riopreto.sp.gov.br/

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